Leia a
reportagem da revista Contigo! que deixou os fãs dos Trapalhões
tristes.
Dedé Santana foi
expulso da sala de aula. Semana passada, o humorista foi cortado do
elenco da Escolinha do Prof. Raimundo. A Globo alega contenção de
despesas. Durante trinta anos, ao lado de outros três trapalhões, Dedé
se acostumou a fazer graça. Mas, com a morte de Zacarias e Mussum, ele
perdeu o rumo. Em 1994, foi demitido da Globo, se afastou do último
companheiro, Renato Aragão, e chegou a passar necessidade por falta de
dinheiro. Um convite de Chico Anysio para a Escolinha, há dois anos, o
tirou do fundo do poço. "O Chico foi a única pessoa que me deu a
mão.", diz Dedé.
Mas a alegria durou pouco, Chico Anysio bem que tentou ajudá-lo. Mas,
segundo o cearense, Dedé cavou sua demissão. Antes mesmo da nova fase
do humorista estrear, Chico Anysio avisou ao ex-trapalhão que não
haveria mais espaço para o caipira Bonfiglio, que Dedé interpretava,
depois da volta de Nerso da Capitinga (Pedro Bismarck). Chico chegou a
criar um novo personagem para o amigo, um sujeito bobão. Mas Dedé não
aprovou. "Ele deu sopa para o azar porque quis escolher o papel.
Acabou sendo o grande culpado por não ter entrado no programa. Quem não
sabe interpretar um bobão, não sabe fazer nada.", afirma Chico.
Com a diminuição de propagandas na Globo e o corte de dinheiro nas
produções, o comediante foi um dos primeiros nomes a serem cortados da
atracão.
Enquanto Chico culpa Dedé pela demissão, o ex-trapalhão não se
conforma em voltar ao ostracismo e arranja outros responsáveis por
isso. O alvo
é Renato Aragão. "Ele não me convidou para trabalhar na Turma do
Didi. Nunca me estendeu a mão.", lamenta. "Se Mussum
estivesse vivo e com um programa de TV, duvido que me deixasse
desempregado. Me sinto abandonado."
Renato não aceita as acusações. "A Globo me convidou para
voltar. Mas não queria nada que lembrasse Os Trapalhões, que ainda é
reprisado em alguns Estados brasileiros. Dedé sabe bem disso.",
esclarece o eterno Didi. A amizade entre os comediantes está abalada. Não
é a primeira vez que Dedé magoa Renato. "Quando some da mídia,
ele tenta se promover falando de mim. Ele precisa ter luz própria.",
afirma Aragão.
O último contato entre os dois aconteceu no ano passado. Renato estava
captando recursos para o longa O Cupido Trapalhão e novamente foi mal
interpretado por Dedé. "Ele achou que eu não iria convidá-lo
para participar do filme e me criticou em público. O filme ainda nem
começou a ser produzido. Mas agora, não vou chamá-lo mesmo. Dedé não
é mais meu amigo, é um ingrato.", desabafa.
A troca de ofensas quase apaga da memória dos fãs a imagem de amizada
entre Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. A história do quarteto encantou
as crianças com suas trapalhadas, mas passou longe de um final feliz.
Na década de 90, com a morte de Zacarias e Mussum, Renato Aragão
amargou seis anos em depressão e só com a estréia de A Turma do Didi
conseguiu reerguer.
Na época, Dedé ficou desempregado. Novamente ele acha que foi injustiçado.
"Minha função sempre foi a pior dos Trapalhões. Tinha que
preparar a piada para os outros três. Acabei virando o sem graça e o
menos valorizado.", reclama. Para o humorista, o difícil é
esquecer o gosto do sucesso e entender a razão do descaso da alta cúpula
da Globo. "A Marluce Dias, superintendente executiva da emissora)
nem me conhece. Não sabe que faço parte da história desta
casa.", conta. Mas Dedé morde e assopra. "Não quero brigar
com ninguém. Amo o Renato e só peço uma oportunidade." Mas
depois de tantas acusações, parece que é tarde demais. "O Dedé
diz que me ama para colocar o público contra mim.", encerra o
assunto Renato Aragão.

Família
do humorista Mauro Gonçalves ( Zacarias) quer R$140 milhões da Globo,
pelos anos em que o humorista foi reprisado
A família do humorista Mauro Faccio Gonçalves, o
Zacarias, que morreu em 1990, entrou na semana passada com ação
judicial contra a Rede Globo, exigindo o pagamento de R$140 milhões
pelos direitos de imagem do comediante. O processo foi movido pela
ex-mulher, Selma Lopes e pela filha do humorista, Laura Gonçalves.
Zacarias trabalhou por quase 15 anos na Globo, com os trapalhões Renato
Aragão, Dedé Santana e Mussum. Segundo um dos peritos do caso, desde
1993, a emissora não paga um centavo à família do comediante pela
reprise de Os Trapalhões, que foi exibido pela última vez em
1999. Por lei, a família do humorista deveria receber por cada vez que
as imagens de Zacarias fossem ao ar. A notícia é do jornal O Estado
de São Paulo.
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